"Aprendendo a viver mais perigosamente a cada dia, os residentes da cidade do Rio de Janeiro agora estuda com afinco táticas para evitar o contágio do dengue, não sem certa razão, porque o governo, o que seja lá isso aqui, por enquanto ainda não mostrou sua estonteante eficiência e ainda não promoveu uma reunião com os dirigentes do tráfico, cuja concordância, como se sabe, é necessária para tudo que se faz na cidade. Na verdade foi até comovente o ritmo impresso à criação de uma frente de emergência para o combate à doença. Criou-se a entidade numa semana e eperou-se o feriadão após a seguinte para estabelece-la- emergência da braba mesmo. vinte vezes a mortandade considerada inevitável pela organização mundial de saúde, mas nos somos mesmo um país dos recordes.
Compulsando rapidamente as fontes disponíveis, pude arrolar as causas mais importantes para a epidemia, que forneço como serviço público...
acho que a primeira causa eu nem precisava listar. Todo mundo já sabe, é a imprensa, sem qual suspeito eu, nenhum dos problemas nacionais existiria...
Em seguida, sem ordem de importância, vêm a chuva, as bromélias e os argentinos. A chuva já foi acusada com veemência por diversas autoridades e, realmente, está um descalabro. além de chover sem o menor planejamento e na maior desorganização, chove em quaquer lugar, os critérios são inexistentes. Assim fica difícil trabalhar...
Quanto às bromélias, sempre estiveram por aí, até bem antes da maioria de nós, mas, agora que apareceram na mídia, não querem mais sair...
E, finalmente em relação aos argentinos, de fato não vi nada alegado até agora, mas estou esperando ouvir um bochicho no boteco: "Isso é coisa de argentino". E você sabia que há bromélias nativas na argentina? Pois é o que estou lhe dizendo, daqui a pouco eles têm o ananaz atômica.
O comportamneto do aedes também precisa ser fortemente denunciado e se faz tardar um pronuciamento no senado, mostrando como essa criatura deliguente ameaça as instituições.
Suas entidades se negaram até o último instante a admitir que estavam formando quadrilha, fazendo epidemia. A imprensa dizia que sim, os doentes mostravam que sim e nada deles reconhecerem a patente verdade. Agora estão aí desmascarados, certamente vem CPI, mas no fim vai dar tudo em poça, podem crer. Pouquíssimos mosquitos jamais foram punidos no Brasil, com exceção dos que morderam certos políticos e jamais conseguiram zumbir uma verdade novamente.
E o complô mundial da indústria farmacêutica, especialmente no setor de analgésicos? O aedes-Zelite é Zelite- não aceita Melhoral contam aqui que os estoques de remédios, repelentes e inseticidas, estão acabando...
Deixei para o fim o principal culpado. Nós o povo, não há discussão. sem povo, não haveria epidemia e muito menos reclamações. É o povo que fica doente ou com medo de estar doente. a conclusão impõe-se: O povo e que o grande problema dos governos, especialmente nas democracias".
Compulsando rapidamente as fontes disponíveis, pude arrolar as causas mais importantes para a epidemia, que forneço como serviço público...
acho que a primeira causa eu nem precisava listar. Todo mundo já sabe, é a imprensa, sem qual suspeito eu, nenhum dos problemas nacionais existiria...
Em seguida, sem ordem de importância, vêm a chuva, as bromélias e os argentinos. A chuva já foi acusada com veemência por diversas autoridades e, realmente, está um descalabro. além de chover sem o menor planejamento e na maior desorganização, chove em quaquer lugar, os critérios são inexistentes. Assim fica difícil trabalhar...
Quanto às bromélias, sempre estiveram por aí, até bem antes da maioria de nós, mas, agora que apareceram na mídia, não querem mais sair...
E, finalmente em relação aos argentinos, de fato não vi nada alegado até agora, mas estou esperando ouvir um bochicho no boteco: "Isso é coisa de argentino". E você sabia que há bromélias nativas na argentina? Pois é o que estou lhe dizendo, daqui a pouco eles têm o ananaz atômica.
O comportamneto do aedes também precisa ser fortemente denunciado e se faz tardar um pronuciamento no senado, mostrando como essa criatura deliguente ameaça as instituições.
Suas entidades se negaram até o último instante a admitir que estavam formando quadrilha, fazendo epidemia. A imprensa dizia que sim, os doentes mostravam que sim e nada deles reconhecerem a patente verdade. Agora estão aí desmascarados, certamente vem CPI, mas no fim vai dar tudo em poça, podem crer. Pouquíssimos mosquitos jamais foram punidos no Brasil, com exceção dos que morderam certos políticos e jamais conseguiram zumbir uma verdade novamente.
E o complô mundial da indústria farmacêutica, especialmente no setor de analgésicos? O aedes-Zelite é Zelite- não aceita Melhoral contam aqui que os estoques de remédios, repelentes e inseticidas, estão acabando...
Deixei para o fim o principal culpado. Nós o povo, não há discussão. sem povo, não haveria epidemia e muito menos reclamações. É o povo que fica doente ou com medo de estar doente. a conclusão impõe-se: O povo e que o grande problema dos governos, especialmente nas democracias".
FONTE: JORNAL O GLOBO (30/03/2008)
ESCRITOR: JOÃO UBALDO RIBEIRO
observação: texto parcialmente resumido.
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